Uma falha de segurança permitiu que terceiros tivessem acesso a dados de vários utilizadores do Google + desde 2015 até Março deste ano. Só aí o Google deu conta do bug e corrigiu a falha, mas não informou os utilizadores. Mas que falha era esta? Quando um utilizador permitia que uma app tivesse acesso aos seus dados do perfil público, o bug também permitia que esses programadores tivessem acesso a campos de perfil não públicos e aos seus amigos. De fato, 496.951 nomes completos de utilizadores, endereços de e-mail, datas de nascimento, género, fotos de perfil, lugares visitados, ocupação e estado civil foram potencialmente expostos, embora o Google afirme não ter evidências de que os dados foram utilizados pelos apps.
O Google provavelmente será poupado da multa por não divulgar o problema em 72 horas uma vez que o caso foi descoberto em Março sendo que o RGPD começou a vigorar em Maio. No entanto, a empresa ainda pode enfrentar acções judiciais colectivas e há o perigo que esta fuga de dados possa contaminar toda a empresa e coloque em causa as suas políticas. A empresa decidiu não informar o público porque isso a iria destacar de forma negativa quando tinha passado ao lado da polémica da Cambridge Analytica. Agora o Google+, que não teve grande expressão nem destaque, tornou-se uma grande responsabilidade para a empresa.
A notícia vem de um relatório condenatório elaborado pelo Wall Street Journal que recomendou que o Google tomasse algumas medidas no que toca a privacidade e levasse a cabo algumas reformas. Na sequência desta polémica o Google+ suspenderá todos os seus serviços durante os próximos 10 meses, dando a oportunidade para os utilizadores exportarem os seus dados enquanto o Google se concentra em tornar o G + num produto corporativo.
O Google também alterará seu sistema de permissões permitindo que o utilizador confirme cada tipo de acesso individualmente, em vez de todos de uma só vez.
Saiba mais: O que é o Google Plus?
O Google+ pretendia ser uma rede social e foi lançado em 28 de Junho de 2011. Inicialmente funcionava por convite mas a 20 de Setembro de 2011 foi aberto a todos sem a necessidade de um convite.
Embora a Google tenha colocado muito esforço no desenvolvimento de uma plataforma agregadora, cerca de 90% das sessões do Google+ foram menos de 5 segundos (pouco uso e engajamento).
Leia aqui o comunicado do Google.
Filipa Almeida
Co-fundadora e Consultora de Marketing Digital da Dreamweb.
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