O início de uma nova Guerra Comercial

As principais empresas de tecnologia dos Estados Unidos, incluindo a Google, começaram a suspender os negócios com a empresa chinesa de telecomunicações Huawei, em resposta às directrizes do Presidente norte americano Donald Trump.

Afirma-se também que a Google, já decidiu cortar o fornecimento de equipamentos informáticos e alguns serviços de programação para a Huawei. Consequentemente, os principais fabricantes de processadores, como a Intel, Qualcomm, Xilinx Inc e Broadcom, já informaram os seus funcionários que vão deixar de fornecer equipamentos à Huawei até nova ordem em contrário.

Na passada quarta-feira, o Presidente dos Estados Unidos declarou “emergência nacional” e emitiu uma ordem executiva a proibir empresas do país de usarem equipamentos de telecomunicações de empresas estrangeiras consideradas de risco, como a Huawei.

A ordem executiva não obrigou automaticamente a restrições à compra e venda de equipamentos de telecomunicações, mas deu ao secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross, cinco meses para estabelecer quais as empresas que deveriam estar sujeitas às novas restrições.

Ao mesmo tempo que trava uma guerra comercial com Pequim, Washington tem liderado uma campanha global para impedir que empresas chinesas, como a Huawei, assumam o controlo das redes 5G.

Huawei impedida de usar cartões SD

A SD Association também decidiu cortar ligações com a Huawei, numa altura em que os Estados Unidos colocaram a empresa chinesa numa lista negra. Assim, a marca de telemóveis fica impedida de usar cartões SD ou microSD nos seus smartphones. No entanto, os produtos que já existem nos suportes actuais vão continuar. A Huawei fica impedida de utilizar os cartões SD nos próximos telemóveis.

O que o caso Huawei pode custar a Portugal

A inclusão da Huawei na “lista negra” de empresas tem repercussões globais, às quais os consumidores nacionais não estão imunes. Não se trata apenas da questão da actualização de equipamentos. Esta guerra comercial poderá acarretar consequências na economia e até afectar as relações do país com as super-potências mundiais.

Depois de a Google ter anunciado que os novos equipamentos da tecnológica deixarão de poder ser actualizados através dos seus sites e aplicações, a incerteza é compreensível. No entanto, a Huawei assegurou que os equipamentos “vão continuar a funcionar normalmente” e que “continuará a fornecer actualizações de segurança e serviços de pós-venda”.

Toda a crise apresenta oportunidades

Esta guerra pode prejudicar a implementação da rede 5G, a Huawei, a Apple e até mesmo a Google. Porém, A Samsung pode ter a reforçar a sua posição no mercado de smartphones devido aos problemas enfrentados pela chinesa Huawei derivados das tensões comerciais entre Estados Unidos e China.

Em Singapura, por exemplo, a Samsung divulgou uma tabela com os valores pagos por cada smartphone na troca por um Samsung S10. Assim, a marca está a rentabilizar o medo causado por um possível banimento da Huawei nos EUA e da perda de suporte de algumas empresas como o Google.

Mas como começou esta guerra comercial?

O que está por trás do duelo tecnológico entre os EUA e a China tem a ver com a enorme preocupação norte-americana em ter a primazia em relação à China na corrida militar, e o 5G figura no centro dessa inquietação.

O 5G abrirá caminho para a quarta revolução industrial. As ligações 5G são 10 vezes mais rápidas que as 4G actuais, sendo possível assistir a conteúdos em realidade virtual ou abrir caminho à televisão 8K. também multiplicará por 100 o número de aparelhos ligados mantendo o número de antenas. Resolve assim o problema da cobertura em grandes aglomerações, como estádios e concertos. Também levará à redução substancial do consumo de bateria dos dispositivos.

O maior avanço do 5G, porém, será a redução da latência, o tempo de resposta que um dispositivo leva para executar uma ordem desde que o sinal é enviado.Uma reposta tão instantânea que permite que a condução autónoma de veículos seja segura, e também que sistemas de comunicação, segurança e defesa sejam operados à distância. Por isso Trump centrou toda a sua artilharia na Huawei, porque ela domina a construção de redes 5G.

Filipa Almeida huawei O início de uma nova Guerra Comercial filipa foto

Filipa Almeida

Licenciada em Psicologia pela UC, pós-graduada em Marketing Digital e Micro-Mba em Gestão Empresarial.
Co-fundadora e Consultora de Marketing Digital da Dreamweb.
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Licenciada em Psicologia pela UC, pós-graduada em Marketing Digital e Micro-Mba em Gestão Empresarial. Co-fundadora e Consultora de Marketing Digital da Dreamweb.

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